O destino de um dos exemplos mais icônicos da arquitetura metabolista, a Nakagin Capsule Tower de Kisho Kurokawa, pode ter tido selado, encaminhando-a à demolição. O edifício foi vendido pela associação responsável pela gestão do condomínio, segundo informações publicadas pelo jornal Japan Forward. A demolição da Torre tem sido intensamente especulada nos últimos anos devido ao estado precário da estrutura e incompatibilidade com os atuais padrões estruturais para resistir a terremotos.
Proposta ousada de crescimento orgânico e extrema flexibilidade, a torre de Nagakin enfrenta um momento de incertezas, apesar de seu reconhecimento internacional e lugar de prestígio na história da arquitetura moderna. Nenhum anúncio oficial sobre a possível demolição foi feito até o momento, no entanto, o resultado parece inevitável, já que ao longo dos anos as iniciativas de preservação não conseguiram realizar ações concretas contra o envelhecimento da estrutura, e a falta de manutenção ocasionou danos irreversíveis nas tubulações de água e esgoto. Vale notar, ainda, que embora o projeto tenha sido especificamente concebido para permitir a substituição das cápsulas, o recurso não foi explorado.
Construída em 1972, a Torre Nakagin é um dos primeiros projetos de arquitetura baseado em cápsulas de que se tem registro, concebido a partir da ideia de uma arquitetura adaptável, dinâmica e em constante mudança, onde módulos podem ser conectados ao núcleo central. As cápsulas foram projetadas para um público jovem que trabalhava no centro de Tóquio, portanto, cada unidade de 10 metros quadrados contém o necessário para acomodar apenas uma pessoa. Todos os recursos e acessórios foram pré-fabricados e trazidos ao canteiro apenas para serem montados.
O movimento metabolista surgiu no Japão na década de 1960 em torno da ideia de espaços urbanos flexíveis e transformáveis. Noções como crescimento orgânico e impermanência eram centrais para o movimento, assim como a afinidade com os avanços tecnológicos.
Via Japan Forward.